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Lançamento de livro e exposição digital celebra no Rio o legado do Cais do Valongo

O Conselho da Justiça Federal (CJF) lançou, no Centro Cultural Justiça Federal (CCJF), no Rio de Janeiro, o livro e a exposição digital Valongo: Justiça pela Memória do Cais, ambos ilustrados por 12 aquarelas produzidas digitalmente. A iniciativa integra a programação do Dia da Consciência Negra e inaugura uma ação institucional voltada à preservação da memória da escravização e ao fortalecimento do papel da Justiça Federal no debate sobre reparação histórica. 

Idealizado pela Assessoria de Comunicação Social do CJF (ASCOM/CJF), o projeto deriva de decisão da Seção Judiciária do Rio de Janeiro (SJRJ), que determinou medidas para garantir a preservação e a difusão do Cais do Valongo, principal porto de chegada de africanos escravizados nas Américas, reconhecido como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). 

A ação é uma realização do Centro de Estudos Judiciários do CJF (CEJ/CJF), com apoio da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM), do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), do Centro Cultural Justiça Federal (CCJF) e da Associação dos Juízes Federais do Brasil (AJUFE). 

Livro 

Resultado de extensa pesquisa em documentos oficiais, registros judiciais, literatura histórica e narrativas acadêmicas, o livro Valongo: Justiça pela Memória do Cais reconstrói, de forma sintética e acessível, a trajetória do Cais do Valongo, do século XVIII aos dias atuais. A publicação articula passado e presente ao evidenciar a atuação da Justiça Federal na proteção desse patrimônio histórico-cultural afro-brasileiro. 

A obra é ilustrada por aquarelas digitais produzidas pela servidora Maria Clara Teixeira de Assis (ASCOM/CJF). As imagens foram concebidas para dialogar diretamente com a narrativa escrita, oferecendo ao público uma leitura visual sensível, profunda e comprometida com a preservação da memória da escravização. 

Ao comentar o processo criativo, Maria Clara explicou como buscou traduzir, em cores e formas, a história do Cais do Valongo. "Eu já vinha estudando a técnica de aquarela digital, e, quando surgiu a ideia do projeto, percebi que essa linguagem conversava muito bem com a narrativa que queríamos construir", explicou.  

A servidora explica, ainda, que foram pesquisadas obras de outros artistas, registros fotográficos e em vídeo para a inspiração dos desenhos. "Visitei pessoalmente o sítio arqueológico para compor as ilustrações.  As aquarelas e todos os produtos do projeto foram desenvolvidos para disseminar, por diferentes caminhos, essa narrativa fundamental para a compreensão do nosso passado", disse.  

Exposição digital 

Instalada na Galeria Cela do CCJF, a mostra apresenta as 12 aquarelas em projeções ampliadas, oferecendo ao visitante uma experiência visual imersiva e conectada à história do Cais do Valongo. A visitação permanece aberta ao público de 20 de novembro a 19 de dezembro, com entrada gratuita, de terça a domingo, das 11h às 19h. 

A programação do CCJF para o Dia da Consciência Negra inclui também apresentações musicais, oficinas, debates e ações educativas voltadas à valorização da cultura afro-brasileira e ao enfrentamento ao racismo estrutural.  

Durante a solenidade de abertura, autoridades destacaram o papel do Judiciário na preservação da memória coletiva e no enfrentamento às desigualdades históricas no Brasil. O procurador da República Sérgio Suyama, do Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro, ressaltou a importância da ação. "As pedras do Cais não falam sozinhas. Sem um centro de interpretação que explique seu significado, quem passa por ali não compreende a dimensão do que aquele lugar representa. É preciso um esforço público e estatal para contar essa história, e o papel da Justiça Federal foi fundamental para que chegássemos ao patamar atual", afirmou. 

A assessora-chefe da ASCOM/CJF, Ana Cristina Rosa, concluiu destacando o compromisso institucional que sustenta o projeto. "O Valongo: Justiça pela Memória do Cais nasce do compromisso da Justiça Federal de transformar em linguagem acessível e sensível a importância de preservar a memória da escravização, reafirmando que o reconhecimento desse passado é essencial para promover direitos, enfrentar desigualdades e avançar na reparação histórica", declarou. 

Todo o conteúdo está concentrado no site oficial do projeto que pode ser acessado aqui

Com informações do CJF.